quarta-feira, 22 de outubro de 2008

MEME: Feios, Sujos e Malvados

Listas sempre são difíceis de fazer.Sempre rola uma injustiça aqui e ali, a polêmica corre solta e muitas vezes fica aquela impressão de que faltou alguma coisa. Mas enfim, é inegável que na maioria das vezes elas divertem ao revelar as preferências de muita gente.



Bom, atendendo ao desafio proposto pelo Ibertson, do Cinema para Todos , eis a minha relação dos mais pérfidos e repulsivos vilões do cinema. Não me arrisquei a listá-los por ordem de preferência, já que cada um a seu modo tem o seu peso e valor. Só lembrando que a relação abaixo contém spoilers , ok? Vamos a eles:



1) Anton Chigurh (Javier Bardem, Onde Os Fracos Não Têm Vez, de Ethan e Joel Coen)







Com um corte de cabelo que parece ter sido copiado de alguma dona de casa dos anos 50 e um sobrenome pra lá de esquisito, ele abre a minha lista. De origem indefinida, portando um cilindro de ar comprimido e dotado de uma habilidade monstruosa para matar quem atravessar o seu caminho, esta cria dos irmãos Coen é a pura encarnação do mal cada vez mais ascendente na sociedade de hoje. Nas mãos dele, um banal jogo de cara-e-coroa ganha contornos assustadores...




2) Mick Taylor (John Jarratt, Wolf Creek - Viagem ao Inferno, de Greg McLean)





De caipira boa-praça e inofensivo esse sujeito aí só tem a aparência. A presença dele nesta pérola do terror australiano faz qualquer um pensar duas vezes antes de embarcar numa viagem para conhecer uma cratera no coração da Austrália.



3) Leatherface (Gunnar Hansen, O Massacre da Serra Elétrica, de Tobe Hooper)




Nem sempre um vilão precisa ser sarcástico ou proferir ameaças escabrosas. No caso de Leatherface, uma motosserra se encarrega de fazer todo o barulho possível na arte de mutilar jovens incautos para depois fazer dos pedaços das pobres vítimas uma bizarra decoração para o lar ou ainda enfiá-los num freezer para as refeições de sua peculiar família. E que olhos grandes tem o prato principal do jantar!


4) Eve Harrington (Anne Baxter, A Malvada , de Joseph L. Mankiewicz)







Pra quebrar um pouco a hegemonia dos marmanjos malvadões nesta lista , eis uma vilã de respeito: Eve Harrington, a rainha das arrivistas. A perfeita definição da víbora de modos suaves que, fazendo-se passar por fã número 1 de uma famosa atriz de teatro (papel da grande Bette Davis), aos poucos vai tomando o lugar da estrela bajulada através dos golpes mais baixos possíveis. Virou inspiração para um sem-número de vilãs genéricas das novelas de TV brasileiras, mas não se engane: Eve Harrington só tem uma.



5) Harry (Sergi López, Harry Chegou para Ajudar, de Dominik Moll)








Michel(Laurent Lucas) é um completo banana: é humilhado pela esposa, tem três filhas pentelhas, não consegue dizer não aos pais intrometidos e ainda por cima está na maior crise financeira. A solução para essa maré de azar tem nome: Harry, um bon vivant que fora amigo de Michel na escola e que prestativamente cuidará de resolver cada uma das dificuldades do molóide pai de família da maneira mais eficaz possível. Mesmo que a resolução envolva assassinatos brutais, mas isso é apenas um detalhe a ser relevado quando se encontra um amigo tão solícito, certo?





6) Capitão Vidal (Sergi López, O Labirinto do Fauno, de Guillermo Del Toro)




Sergi López de novo! O cara parece ter sido talhado para a vilania no cinema. A maldade do seu capitão Vidal só se equipara ao seu pragmatismo e zelo de militar. O sujeito é um pesadelo vivo, que não tem o menor pudor de dilacerar um rosto de um pobre camponês e de matar uma criança a sangue frio, dentre outras finezas.





7) Sra. Iselin (Angela Lansbury, Sob O Domínio do Mal , de John Frankenheimer)







Talvez a mãe mais megera da história do cinema. Altamente perigosa e manipuladora, ela não hesita em usar o filho único (vivido por Laurence Harvey) como peça-chave em uma terrível conspiração política. Com uma mãe como esta passamos a repensar um pouco a respeito do clássico conceito de amor materno...




8) Catarina de Médicis (Virna Lisi, A Rainha Margot , de Patrice Chéreau)







Mais uma da série das mães megeras. Governando a França do século XVI nos bastidores, já que seu filho, o monarca Carlos IX, é um rei fraco e manipulável, ela é a responsável pelas intrigas palacianas mais envolventes deste épico francês, inclusive instigando o assassinato de milhares de protestantes na famigerada Noite de São Bartolomeu. A postura austera e o uso constante de roupas pretas só reforçam a aura de bruxa da matriarca dos Valois.




9) Coringa (Heath Ledger, Batman- O Cavaleiro das Trevas , de Christopher Nolan)







Heath Ledger construiu um vilão tão aterrador no seu niilismo que seu soberbo Coringa de Batman-O Cavaleiro das Trevas não poderia ser ignorado nesta seleção. É a pura personificação do caos, um psicopata que subjuga a todos - personagens do filme e espectadores - através de bizarrices que só as mentes mais perversas são capazes de conceber. De quebra, entre uma barbaridade e outra ele ainda encontra tempo para provocar uma complexa discussão acerca da tênue linha que separa a integridade de caráter da crueldade humana, que parece estar só à espera de um empurrãozinho para se manifestar. Genial.





10) Baby Jane Hudson ( Bette Davis, O que Terá Acontecido a Baby Jane? , de Robert Aldrich)





Nenhuma lista dos melhores vilões estaria completa sem a presença de Baby Jane, vivida pela extraordinária Bette Davis neste clássico de 1962. Louca de pedra e ainda alimentando sonhos do passado no qual brilhou como estrela infantil, ela desperta a um só tempo pena, riso e repulsa. E nem pensem que por ser velhinha(ops...nem tanto...) ela não tenha fibra suficiente para mandar qualquer pobre coitado para a terra dos pés juntos: ela empunha um martelo como ninguém...

Bom, é isso. Lista feita de adoráveis convidados para um animado happy hour. De preferência com petiscos à moda de Baby Jane: ratazanas fritas ou cozidas. Os interessados em fazer a sua própria lista de vilões, fiquem à vontade!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Réquiem para Um Sonho





Ellen Burstyn é uma das minhas atrizes favoritas. Dona de uma carreira respeitável no cinema e no teatro, com seis indicações ao Oscar e vencedora do prêmio de melhor atriz por sua atuação em Alice Não Mora Mais Aqui (1974), a veterana estrela de O Exorcista (1973) andava meio fora de foco, trabalhando em filmes de pouca expressão, mas voltou a chamar a atenção em 2000, graças a um jovem diretor que também daria o que falar: Darren Aronofsky, que proporcionou a Ellen o papel feminino mais ousado e corajoso do ano em questão, no impressionante drama Réquiem para Um Sonho. Um retorno triunfal de uma grande intérprete, diga- se de passagem.



Em Réquiem para Um Sonho Ellen Burstyn nos oferece uma interpretação absurdamente estupenda no papel de Sara Goldfarb, uma solitária viúva que é fascinada por um daqueles típicos programas de de auditório televisivos. Até que um dia ela é convidada para participar do programa. Almejando apresentar-se usando um vestido vermelho que usou na formatura de seu filho Harry (Jared Leto) e que tanto agradava o seu falecido marido, Sara percebe que não cabe mais na roupa. Enquanto isso, seu filho Harry encontra-se perdidamente apaixonado por Marion (Jennifer Connelly),uma moça rica que sonha em lançar a sua própria grife de roupas. Completando o quadro de protagonistas, temos Tyrone (Marlon Wayans), o melhor amigo de Harry. O que estes quatro personagens têm em comum: todos eles terão os seus sonhos destruídos ao se tornarem viciados em drogas.
Um amigo comentou comigo o que experimentou após assistir a este filme:"Senti como se um caminhão tivesse passado por cima de mim." A definição não tem nada de exagerada. Réquiem para Um Sonho é uma jornada tão sufocante e tão dolorosa que, no papel de meros espectadores, acompanhamos e sofremos com os seus personagens, testemunhamos a degradação física e moral dos quatro protagonistas de forma tão intensa e visceral que, ao término do filme a sensação de pesar e angústia parece nos acompanhar por horas e horas. Ou por dias, como foi o meu caso.


Aronofsky usa e abusa e cortes rápidos - o filme tem mais de duas mil tomadas, quando o normal em uma película de duas horas está na faixa de 600 a 700 cortes - repete insistentemente imagens de pílulas sendo ingeridas, seringas injetadas em braços, pupilas dilatadas e drogas corroendo organismos traduzindo de maneira tão incômoda as sensações dos personagens que, embora à primeira vista possam parecer meras imagens gratuitas, logo se revelam fundamentais e perfeitamente integradas ao verdadeiro propósito da narrativa: deixar a platéia tão perplexa e desorientada quanto Marion, Harry, Tyrone e Sara.


E o melhor de tudo é que com todo esse exercício de estilo, Aronofsky jamais abandona o seus personagens, defendidos por um elenco fabuloso, que aqui agarra com unhas e dentes a oportunidade de dar vida a seres tão brutalizados pelo vício: é admirável a coragem com que Leto, Connelly (sempre linda e aqui mais fragilizada do que nunca) e um surpreendente Wayans tiveram ao representar três jovens desesperados e desencontrados em seus sonhos.
Mas nada é mais aterrador que a trajetória de Sara Goldfarb. Viciando-se em inibidores de apetite para caber no vestido vermelho e assim participar do programa de TV, válvula de escape para a sua existência marcada pelo abandono, o retrato do seu vício e consequente destruição torna-se ainda mais cruel e pungente por sabermos que a idosa sequer tem consciência de que está se tornando uma viciada e que, ao contrário de Harry, Marion e Tyrone, jamais pediu para estar nesta posição. É um retrato impiedoso da solidão e do abandono ao qual os idosos na maioria das vezes são relegados, aos seus sonhos destruídos por uma sociedade que os ignora e os trata como lixo. A cena em que Sara vai se consultar com um médico é particularmente notável nesta crítica ao descaso com a terceira idade.

Em tempos em que qualquer filme apelativo e mediano é logo rotulado de "ousado",Réquiem para Um Sonho reafirma o seu status de cult, sendo uma das obras mais impactantes do cinema ao mergulhar de forma tão incisiva em um tema tão contundente, sem apelar para soluções fáceis ou lições de moral edificantes. Aliás, aqui não parece haver solução alguma. Apenas um pesadelo em estado bruto.

-Requiem for A Dream,EUA,2000

-Direção: Darren Aronofsky

-Roteiro: Darren Aronofsky e Hubert Selby,baseado em seu romance

-Com: Ellen Burstyn, Jared Leto, Jennifer Connelly, Marlon Wayans, Marcia Jean Kurtz, Louise Lasser, Sean Gullette e Christopher McDonald.







segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A Última Sessão de Cinema


Nos anos 70 o diretor Peter Bogdanovich era tido como um dos cineastas mais competentes e elogiados da época,tendo conseguido a proeza de emplacar três estouros sucessivos com A Última Sessão de Cinema (1971),Essa Pequena É Uma Parada (1972) e Lua de Papel (1973). Infelizmente dias ruins marcaram a carreira do diretor,que a partir do fracasso de Muito Riso e Muita Alegria (1981) não conseguiu mais se destacar no primeiro time de Hollywood, tendo hoje se limitado a dirigir filmes para TV e com apenas um projeto cinematográfico previsto para ser lançado em 2009. O que vem a ser uma pena,uma vez que neste fim de semana pude conferir uma pérola dirigida por ele e talvez o seu filme mais conhecido:A Última Sessão de Cinema, um retrato da desilusão juvenil passado em uma minúscula cidade americana entre os períodos da Segunda Guerra Mundial e a Guerra da Coréia.
Trata-se do chamado filme-coral, onde vários arcos dramáticos vão se desenvolvendo e revelando uma conexão no seu todo. No entanto, apesar de contar os dramas e conflitos dos habitantes da pequena Anarene, interior do Texas, a narrativa dedica atenção especial aos jovens dessa cidade.


Sonny (o talentoso Timothy Bottoms) e Duane (Jeff Bridges,indicado ao Oscar de ator coadjuvante) são amigos inseparáveis. Presos ao cotidiano modorrento do local,ambos têm como única diversão o bar e o cinema locais, administrado por Sam, "O Leão"(papel de Ben Johnson, premiado com o Oscar de ator coadjuvante). O cinema serve muito mais para troca de amassos entre os casaizinhos locais do que propriamente para se apreciar um filme. Duane namora Jacy Farrow( Cybill Shepherd,estreando no cinema, revelando uma incrível sensualidade), e pretende se casar com ela, ainda que o namoro não seja bem visto pelos pais de Jacy, que são ricos e desprezam o rapaz pobretão. Sonny inicia um caso com a esposa do treinador de basquete,vivida por Cloris Leachman(também premiada com o Oscar de atriz coadjuvante).


Com uma premissa aparentemente tão banal, é de se imaginar que se trata de um drama fraco e piegas sobre a descoberta do amor juvenil, recheado de clichês novelescos, mas o foco do filme não está em apresentar rapazes envolvidos em situações amorosas carregadas de melodrama. Sonny e Duane não são personagens burocráticos e sem vida: são jovens presos a um cotidiano miserável, sem perspectivas. Eles buscam o seu lugar no mundo, desejam firmar-se como pessoas bem-sucedidas, mas esbarram na imaturidade causada pela ignorância e pela inconsequência tão típicas dessa fase da vida. Seus anseios são palpáveis e reais, e não dramas inconsistentes e esquemáticos. São personagens facilmente identificáveis e pelos quais passamos a torcer pelos seus destinos, já que o que está em discussão aqui é o futuro: sim, como imaginar um futuro vivendo numa cidade que está fadada ao fracasso e a uma morte silenciosa?


Os adultos também são bem representados: da frustrada esposa do treinador,passando pelo velho Sam até a mãe de Jacy,vivida por Ellen Burstyn, também encontramos seres desencantados, sofridos com casamentos de fachada, sufocados por convenções sociais e fadados a morrerem abandonados e entregues à solidão. O filme ainda insinua de forma sutilmente cruel que Sonny, Duane, Jacy e tantos outros jovens caminham para substituírem os adultos amargurados da pequena Anarene, num triste ciclo de uma localidade que parece emitir os últimos suspiros de uma existência envolta em sombras e decrepitude.


Fotografado em um preto-e-branco adequadamente fúnebre, o que só aumenta a sensação de desconforto e melancolia, A Última Sessão de Cinema é um dos mais tocantes filmes sobre as desilusões de uma geração, resultando em um trabalho primoroso de um diretor que pode até estar meio esquecido atualmente, mas que deixou sua marca no cinema americano, criando aqui um filme memoravelmente poético na sua bem dosada mistura de dramas juvenis e adultos, que por mais diferentes que possam ser, ainda guardam incríveis semelhanças quanto aos seus anseios.


-The Last Picture Show, EUA, 1971

-Direção: Peter Bogdanovich

-Roteiro: Peter Bogdanovich e Larry McMurtry, baseado em seu romance

-Com: Timothy Bottoms, Jeff Bridges, Cybill Shepherd, Cloris Leachman, Ben Johnson, Sam Bottoms, Eileen Brennan, Clu Gulager e Ellen Burstyn.


sábado, 11 de outubro de 2008

Crepúsculo dos Deuses



O primeiro texto do blog é justamente o filme que em seu título original batiza este espaço de postagens. Um dos meus filmes favoritos e figura fácil em qualquer lista dos melhores filmes de todos os tempos, Crepúsculo dos Deuses é uma obra transcendente, daquele tipo de realização que é estudada, amada e reverenciada e que só ganha em força e relevância quanto mais o tempo passa. Um clássico absoluto.

Uma obra-prima desse porte tem um "pai": o grande Billy Wilder(1906-2002). Assinando também o roteiro em parceria com Charles Brackett e D.M. Marshman Jr., Wilder mergulha o espectador nos bastidores do cinema, um mundo onde glória e decadência parecem coexistir como elementos intercambiáveis.
Joe Gillis(William Holden) é um roteirista fracassado e atolado em dívidas.Fugindo de seus credores,ele irá se esconder numa mansão aparentemente abandonada. No entanto,a residência tem uma proprietária:Norma Desmond(Gloria Swanson,numa interpretação inesquecível), uma antiga estrela do cinema mudo,hoje reclusa e esquecida do grande público.Tendo por companhia somente o estranho mordomo Max von Mayerling(vivido por Erich von Stroheim),ele próprio um prodígio da era muda do cinema e ex-marido da diva Norma, agora relegado à condição de criado dela.

Norma vive na sua solitária mansão alimentando a idéia de um retorno triunfal às telas, idéia esta que ganhará forma ao conhecer Gillis e descobrir que este é um roteirista, contratando-o para reformular o script da obra que marcará a sua volta gloriosa ao cinema,no papel da famosa personagem bíblica Salomé, o que não deixa de ser mais uma bizarrice, uma vez que a Salomé da Bíblia é uma adolescente e Norma já passa dos cinquenta anos.Mas mediante mimos e mais mimos, Gillis acaba por se deixar enredar pela excêntrica atriz.

Com a ironia cortante que se tornou uma verdadeira marca da sua vasta e prolífica carreira,Wilder pinta aqui o mais impiedoso retrato da indústria do cinema: usou nomes de pessoas e situações ligadas a Hollywood que existiram de verdade, trouxe para o elenco personalidades como o lendário diretor Cecil B.De Mille (que na vida real trabalhou com a própria Gloria Swanson) e a colunista de fofocas Hedda Hopper, apresentando um quadro tão cruelmente sincero da indústria do cinema em seu filme que à época de sua estréia Crepúsculo dos Deuses dividiu opiniões inflamadas - uns o saudaram como uma obra-prima que demolia e homenageava o cinema a um só tempo; outros o demonizaram sob a acusação de que a obra em si era um ataque de puro mau gosto ao intocável e glamouroso mundo do cinema.


O trio central de intérpretes ilustra bem o caráter cínico do filme: William Holden vinha de vários papéis estereotipados de galã e há muito seus trabalhos não despertavam interesse; Erich von Stroheim teve sua carreira arruinada com o advento dos filmes falados e estava relegado a trabalhar como ator em papéis de rígidos militares e Gloria Swanson, a exemplo de sua personagem, estava completamente esquecida do público e dos estúdios que sempre a haviam paparicado. Não é exagero dizer que os três interpretaram paródias de si mesmos no filme.

A Norma Desmond de Crepúsculo...é um desses ícones eternos do cinema. Completamente insana nos seus desejos de retornar a trabalhar como atriz para uma indústria que a canibalizara - muito embora a própria jamais admitisse isso - ela personifica toda a atmosfera de sonhos e ilusões que dão ao cinema o seu caráter mágico e encantador, numa estranha combinação de fascínio e tragédia, captadas de forma soberba pela direção de Wilder.



"Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos", afirma Norma na mais emblemática fala do filme. Assistindo a este clássico imortal fica realmente impossível discordar de tal afirmação. Grande Norma. Grande Wilder.

Sunset Blvd. EUA, 1950
Direção: Billy Wilder

Roteiro: Billy Wilder,Charles Brackett,D.M. Marshman Jr.

Com:William Holden, Gloria Swanson, Erich von Stroheim, Nancy Olson, Jack Webb e Cecil B. De Mille.